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Dores e doenças inexplicáveis

  • Foto do escritor: Juliana Prado
    Juliana Prado
  • 12 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de set.

Dores e doenças que parecem não ter explicação, inflamações que aparecem e desaparecem, problemas gastrointestinais persistentes, queda de cabelo, tensão muscular constante, crises de enxaqueca ou cansaço extremo sem causa orgânica evidente. Quando o corpo fala dessa forma, muitas vezes ele está dizendo aquilo que a mente não consegue expressar em palavras.

A psicanálise nos ajuda a pensar que, nesses casos, pode estar acontecendo um processo de psicossomatização: um movimento inconsciente em que conflitos psíquicos, memórias traumáticas ou emoções não elaboradas se manifestam por meio do corpo. Não se trata de “inventar” sintomas, nem de negar a existência de doenças físicas reais, mas de reconhecer que, em alguns casos, os fatores emocionais e inconscientes têm um papel importante na intensidade e na recorrência desses quadros.

Freud já apontava para a relação entre o corpo e o inconsciente ao falar dos sintomas histéricos: quando um conflito não encontra uma via de simbolização, ele pode se traduzir em um sintoma corporal. Nesse sentido, o corpo funciona como um porta-voz do que não foi dito, como se armazenasse as experiências e angústias que não puderam ser elaboradas pela via da palavra. A dor, a inflamação, a fadiga, o mal-estar: tudo isso pode estar revelando algo que foi recalcado e retorna no corpo, buscando uma saída.

A psicossomatização aparece quando o sujeito vive situações de perda, luto, medo, culpa ou pressões internas que não encontram espaço de simbolização. É como se o corpo dissesse: “há algo acontecendo aqui, mas você ainda não consegue olhar para isso”. O que está reprimido não desaparece, apenas encontra outras vias para se manifestar, seja por meio da ansiedade, da tristeza, da compulsão, da dor ou da doença. Entender esses sinais significa dar nome ao que não foi nomeado, reconhecer a história que se inscreveu no corpo e permitir que ela seja, pouco a pouco, elaborada. O corpo fala quando as palavras ainda não foram encontradas. Prestar atenção a essas manifestações é um convite para compreender que, por trás de algumas dores físicas, podem existir narrativas emocionais e inconscientes que pedem escuta.

 
 
 

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